domingo, 15 de fevereiro de 2009

Florbela é uma flor

Nasceu a 8/12/1894 em Vila Viçosa e pôs fim à vida em Matosinhos em 1930.
Florbela Espanca foi a poetisa do amor e da amargura e a sua obra não é mais do que a expressão poética da sua vida. Guido Battelli, prof. da Fac. de Letras da Universidade de Coimbra e 1º editor das suas obras, não se cansou de divulgar a sua poesia em Portugal e Itália. Apesar da grande diferença de idades, apaixonou-se por ela; como não foi correspondido (e o amor é cego), deturpou ou suprimiu grande parte das cartas de Florbela que publicou.
- Livros publicados em vida da poetisa: Livro de Mágoas (1919) e Livro de Soror Saudade (1923);
- Publicações após a sua morte: Charneca em Flor, Reliquiae e Juvenilia (1931) e os contos Dominó Negro e Máscara do Destino.
Começou a escrever poesia aos 8 anos; aos 36 saiu-lhe da alma esta preciosidade:

Eu quero amar, amar perdidamente!
Amar só por amar: Aqui...além...
Mais este e Aquele, o Outro e toda a gente...
Amar! Amar! E não amar ninguém!

Recordar? Esquecer? Indiferente!...
Prender ou desprender? É mal? É bem?
Quem disser que se pode amar alguém
Durante a vida inteira é porque mente!

Há uma Primavera em cada vida:
É preciso cantá-la assim florida,
Pois se Deus nos deu voz foi pra cantar!

E se um dia hei-de ser pó, cinza e nada
Que seja a minha noite uma alvorada,
Que me saiba perder...pra me encontrar...

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- Na foto, com 20 anos [extraída das Obras Completas de Florbela Espanca, vol. I, Publicações D. Quixote, 1985]
- Florbela casou 3 vezes, sempre por amor; como eu, mas desta vez ficámos empatados...(
ver post anterior)