quarta-feira, 21 de maio de 2014

A vida é uma charada: a verdade (mal) revelada

O prometido é de vidro.
Já sabia que vocês se iam estar nas tintas para o enigma profusamente distribuído no texto de domingo, o que só revela que são tão fingidores como o poeta do Fernando Pessoa: um fingidor/que finge tão completamente/que chega a fingir que é dor/a dor que deveras sente.
Deu para perceber que vocês, mais do que fingidores, são é uns grandes masoquistas: gritaram ao morto contra todos os cortes do Passos/Portas/Troika, excepto um: os cortes na área da educação e da cultura.

Quanto mais burros, melhor, é o vosso lema. Desde que haja dinheiro para umas bejecas, acompanhadas dumas bifanas aporcalhadas e o IVA da restauração desça para os 2,5%!
Façam como eu: cozinhem em casa e bebam água do poço do aido, em vez duns tintos do Douro que eu cá sei e que são o que de melhor se produz neste vale de lágrimas.
A este propósito:
Eu e o Carlos do Pompeu dos Frangos temos várias divergências insanáveis que nos unem, uma das quais se prende com a obsessão dele sobre o vinho da casta (bairradina) baga: acha-o o melhor do mundo e arredores.
O Carlitos tem dois amores:
1º - O excelente baga,  incluindo em versão espumante, sobretudo a produzida pelas Caves Primavera e a que tenho acesso privilegiado por razões profissionais. Enquanto ele só gosta de vinhos velhos; eu, prefiro-os mais novos.

2º - O Sócrates, a que tive acesso privilegiado num célebre dia de 1994, ainda ele não passava dum obscuro Secretário de Estado do Ambiente.
Ele continua a gostar muito dele; a mim, essa febre já me passou há muito, quando tomei a vacina. Remédio santo.
Esse meu acesso/assédio ao apaixonado pela educação do povo aconteceu quando eu ainda usava o cartão de sócio do clube e assistia a algumas sessões de catequese, trauma que superei sem ter de recorrer a um dos dois psicanalistas da minha eleição:
A Joana Amaral Dias e o Pedro Aleixo, irmão do meu colega e parceiro de escritório, José Manuel Aleixo, os quais até nem são da família do famoso poeta popular António Aleixo, referido na parte final do post de domingo.
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Seja como for, manda a bondade democrática aceitar que cada um come, bebe e cheira do que gosta.
E se vocês acham que cultura e alta-costura são uma e a mesma coisa, então o problema é mesmo vosso.
A minha solução é ficarmos mesmo por aqui.
Boa noite. Eu vou com as aves. 
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- A imagem do vinho velho está reportada aqui, até porque tem direitos de autor.